Um terremoto de magnitude 8.8 na Escala Richter sacudiu a península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, na noite de segunda-feira (29), no horário de Brasília. O tremor, considerado um dos mais fortes já registrados na história recente, ocorreu às 23h24 UTC (10h24 da manhã, no horário local) com epicentro no mar, a cerca de 100 km de Petropavlovsk-Kamchatsky.
O abalo sísmico foi seguido por vários tremores secundários, alguns com magnitude acima de 6.9, e desencadeou alertas de tsunami em diversos países banhados pelo Oceano Pacífico, como Japão, Filipinas, Indonésia, Canadá, Estados Unidos (inclusive Alasca, Havaí e costa oeste), além de países da América do Sul como Peru e Equador.
Tsunami e evacuações
Na própria região russa, ondas de até 4 metros atingiram partes da costa e forçaram a evacuação de mais de 2 mil pessoas em áreas costeiras e vilarejos próximos ao epicentro. Já no Japão, as autoridades emitiram alertas em várias províncias e mais de 10 mil pessoas foram orientadas a deixar áreas de risco, embora as ondas tenham sido menores do que o esperado — cerca de 40 centímetros em Hokkaido e Iwate.
Nos Estados Unidos, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico emitiu avisos para o Havaí, que registrou ondas de até 1,7 metros em algumas praias, gerando evacuações preventivas em regiões como Honolulu. A situação foi monitorada também na costa oeste dos EUA, incluindo Califórnia, Oregon e Washington.
Danos e vítimas
Apesar da magnitude extrema, até o momento não há registro de mortos. Algumas estruturas foram danificadas na cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, incluindo um berçário, e há relatos de feridos leves. Equipes de emergência continuam avaliando os danos.
Histórico sísmico da região
A península de Kamchatka é uma das zonas sísmicas mais ativas do planeta. O terremoto desta semana é comparável em força aos grandes eventos do Chile (1960), Alasca (1964) e ao devastador tsunami do Oceano Índico em 2004. É também o mais forte desde o terremoto de Tohoku, no Japão, em 2011, que causou mais de 15 mil mortes.