A retomada do Programa Nacional de Reforma Agrária foi anunciada pelo presidente Lula, no encerramento da 7ª Marcha das Margaridas, nessa quarta-feira (16), em Brasília. O programa será focado nas mulheres rurais, no processo de seleção das famílias beneficiadas pela política pública.
As reivindicações do movimento foram cobradas por cerca de 100 mil mulheres que compareceram aos dois dias do encontro. A demanda das margaridas por democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais está na pauta de reivindicações apresentada ao governo federal, em junho.
De acordo com a coordenadora da 7ª Marcha das Margaridas, Mazé Morais, “Isso aqui coroa todo o processo de formação de mobilização que nós fizemos na base. Foram muitos momentos. A nossa pauta foi construída coletivamente, com a comissão [da marcha] e com várias organizações parceiras”, destaca a também secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).
Pela nova regra, a pontuação para as mulheres chefes de família passa de cinco para dez. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar estima que, ao todo, mais de 45,7 mil famílias serão beneficiadas pelo Programa. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo ressaltou que “nunca antes na história deste Brasil, se deu uma resposta com tanta intensidade à Marcha das Margaridas e às demandas das mulheres do nosso país.”
Serão 5.711 novas famílias assentadas e criados oito novos assentamentos. Além disso, 40 mil famílias terão a situação regularizada em assentamentos de todo o país.