Conforme a pesquisa “Hábitos Culturais no DF: a presença da desigualdade”, a população com renda familiar mais baixa participa menos do carnaval e vai menos a shows e ao cinema.
O relatório é baseado no observatório de políticas públicas ObservaDF, vinculado à Universidade de Brasília (UnB). O estudo investiga os hábitos culturais dos moradores de Brasília e alguns de seus determinantes sociodemográficos.
Frederico Bertholini, professor do Instituto de Ciência Política da UnB explica que “quando a gente pensa no impacto da renda no consumo de produtos culturais, o estudo mostra dois aspectos distintos, mas evidentemente associados. O primeiro diz respeito a preço, e o segundo a disponibilidade.
O também pesquisador do ObservaDF lembra que alguns produtos, principalmente cinema, são relativamente caros para as pessoas consumirem. Segundo Bertholini, há também uma dimensão espacial associada, quanto à disponibilidade.
“O nosso estudo mostrou que, principalmente no carnaval, esse componente é fundamental, porque a oferta de blocos tende a acontecer majoritariamente nas regiões administrativas mais centrais, menos periféricas. Então as pessoas que moram nessas regiões periféricas não têm a mesma disponibilidade”, diz o professor.
O estudo revela que 87% dos brasilienses não assistiram a nenhuma peça nos últimos 3 meses. A média de frequência a esse tipo de evento é relativamente baixa. A população vai ao teatro aproximadamente uma vez a cada 10 meses.
Em apresentações musicais, o fator renda também é relevante, embora não haja um nível de desigualdade tão grande entre os mais pobres e os mais ricos, segundo o ObservaDF. A pesquisa investigou também os hábitos de consumo dos brasilienses quanto a filmes e séries; artes cênicas na TV e frequência a shows ou concertos de Música.