A quantidade de ocorrências policiais envolvendo colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) cresceu mais de 700% em 2022, no Distrito Federal. O número de 24 casos em 2019 passou para 205 no ano passado. Ocorrências registradas com base na lei Maria da Penha foram uma das que mais aumentaram.
Segundo o balanço, os casos de violência doméstica e feminicídio envolvendo armas de fogo foram de quatro em 2019 para 48 em 2022. Considerando o número de queixas relacionadas a ameaças, os dados saltam de 7, em 2019, para 65 em 2022.
Dos 207 autores de crimes com registro de CAC, 204 eram homens com idade entre 36 a 40 anos. O número de ocorrências de porte e posse de arma de fogo também aumentou. Em 2019 foram registradas 13 ocorrências no Distrito Federal e 114, no ano passado.
“Nós prevíamos que alguns tipos de ocorrências iriam sofrer um acréscimo, tais como ameaças, como violência contra a mulher, como brigas de trânsito. Então, esses números vêm comprovar aquilo que a gente já esperava: um maior acesso às armas de fogo, um maior número de ocorrências que as envolvem ou que indiretamente as utilizem como nos casos das ameaças”, diz Cassio Thyone, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública abriu, em fevereiro, o prazo de 60 dias para que proprietários registrem os equipamentos bélicos no Sistema Nacional de Armas, gerenciado pela Polícia Federal.
Atualmente, o arsenal de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) é controlado e registrado pelo Exército. O governo tem o objetivo de concentrar todos os registros de armas em posse da população no sistema.