O número de escolas públicas sem acesso à internet caiu no Brasil nos últimos anos. Mesmo assim, a quantidade de instituições desconectadas da rede mundial de computadores ainda representa 15,8% do total.
Segundo dados do Censo Escolar, coletados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cerca de 21,9 mil instituições não tinham internet em 2022. No ano anterior, 30 mil escolas públicas declararam não ter esse recurso.
A falta de acesso à tecnologia impõe desafios às escolas, além de ampliar desigualdades sociais e educacionais, conforme Tânia Dornellas, assessora de advocacia da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
“Atualmente, as principais dificuldades às escolas que não têm acesso à internet estão relacionadas à impossibilidade de obtenção de novos recursos e materiais didáticos para os professores, como também impossibilidade de acesso por parte dos alunos a fontes de pesquisa, conteúdo, leitura, por exemplo”, diz Tânia.
Mais de 8,7 mil instituições que declararam não ter internet em 2021 garantiram o recurso no ano seguinte, de acordo com dados das edições mais recentes do Censo Escolar. Entre o Distrito Federal e o estado de Goiás, o Centro de Ensino Fundamental (CEF) Cerâmicas Reunidas Dom Bosco integra essa lista.
Mara Cristina Ribeiro, diretora da escola que fica em Planaltina, observa que a instituição atende mais de 200 estudantes em uma zona rural. Ela explica que o sinal facilitou o trabalho administrativo, porém ainda é insuficiente para garantir que atenda aos estudantes. “Pela nossa limitação financeira, ainda não conseguimos fazer a distribuição”, diz a diretora.
Localizada em uma região onde parte dos estudantes precisa de boas condições financeiras, parcela significativa sequer tem internet em casa. Segundo ela, “a escola fica sendo o local onde o estudante de fato pode desenvolver a alfabetização contando com a contribuição da informática”.