Os recordes de calor registrados nos termômetros durante os últimos dias sinalizam que “as mudanças climáticas estão fora de controle”. Essa é a avaliação do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
A declaração ocorre após institutos analisarem que as temperaturas médias mundiais tornaram a semana a mais quente da história, até a última quarta-feira (5).“Se insistirmos em adiar medidas fundamentais que são necessárias, acredito que estamos caminhando para uma situação catastrófica, como demonstram os dois últimos recordes de temperatura”, disse o secretário.
A temperatura média do planeta nessa data foi de 17,18 °C. Segundo os dados reunidos pela agência de administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), a terra registrou a maior média de temperatura global da história na terça (4).
Pesquisas do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, no Reino Unido, atribuem as altas temperaturas às mudanças climáticas, associadas aos efeitos do El Niño. “É uma sentença de morte”, diz a cientista climática Friederike Otto.
Os estudos mostram que diversas partes do mundo estão enfrentando ondas de calor e, na quinta (6), o serviço de monitoramento climático da União Europeia (UE) disse que o mundo experimentou o mês de junho mais quente já registrado.
A China também sofre com uma onda de calor que elevou as temperaturas a 35 °C em algumas áreas. No México, o calor teria sido a causa das mortes de aproximadamente 100 pessoas entre os dias 12 e 15 de junho. Na África, as temperaturas têm alcançado marcas superiores a 50 °C