O projeto Femini Chaos acaba de anunciar as cinco bandas selecionadas para integrar a primeira coletânea exclusivamente feminina do rock underground do Distrito Federal. Após um concorrido chamamento público, as escolhidas foram: Kidsgrace, Onoskelis, Murderess, Xavosa e Zuada. A iniciativa é um marco na valorização da cultura underground feita por mulheres subversivas, diversas e ativas na cena alternativa brasiliense. O projeto não apenas documenta essa geração, mas se propõe a ser um manifesto sonoro: subversivo, marginal, necessário.
Mais que um disco, é uma resposta. À invisibilização, ao preconceito e às estruturas excludentes da indústria musical e da própria cena alternativa. O Femini Chaos reafirma que a cultura underground é feita nas bordas — e é nas bordas que as revoluções começam. Projeto tem é patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito FederL.
As bandas selecionadas
Kidsgrace — Hardcore direto, pesado e politizado. Na formação, pessoas e suas diversidades, mostrando que o palco também é espaço de afirmação de identidades dissidentes. Suas letras atacam o moralismo e desconstroem as estruturas patriarcais que ainda ecoam dentro da própria cena alternativa.
Xavosa — Um quarteto que ergue a bandeira feminista e LGBT+ com orgulho. Com um Punk afiado e letras que confrontam diretamente injustiças sociais, o grupo rompe com a lógica cisheteronormativa do rock e ocupa com força os espaços que lhes foram negados.
Murderess — A nova promessa do metal extremo em Brasília canta sobre mulheres que mataram para não morrer. Casos reais, mitos e símbolos de resistência feminina ganham forma em composições viscerais, somando peso musical e impacto narrativo. É metal como denúncia, como ruptura.
Onoskelis — Projeto solo que mistura Black Metal e Dark Synth, Onoskelis mergulha no sombrio para provocar sensações e reflexões. Com estética obscura e som atmosférico, sua proposta é disruptiva — dentro e fora da música pesada — e quebra as fronteiras do gênero.
Zuada, considerada uma das bandas mais barulhentas da capital, é liderada pela vocalista travesti Sophia, cuja presença de palco e voz são símbolo de resistência.
Subversão como linguagem e identidade
O Femini Chaos carrega a essência da cultura underground: independente, crítica e contra-hegemônica. As bandas escolhidas não apenas fazem música — elas tensionam estruturas, quebram estereótipos e trazem para o centro do palco vozes antes marginalizadas.
Com essa coletânea, o projeto dá continuidade ao legado de bandas femininas que marcaram a história de Brasília, como Volkana, Bulemia, Kaos Klitoriano e Flammea, ao mesmo tempo em que pavimenta caminhos para novas gerações.
Critérios e processo de seleção
As bandas foram escolhidas por uma banca curadora com experiência em produção musical, cultura underground e ativismo. Foram avaliadas a coerência com a proposta do projeto, a representatividade das formações e o impacto artístico das composições.
Mais de 30 propostas foram recebidas durante o período de inscrições, e a seleção buscou refletir a pluralidade da cena alternativa do DF e Entorno.
O que vem por aí
As cinco bandas irão gravar duas faixas cada, totalizando 10 músicas inéditas que integrarão a coletânea Femini Chaos, com previsão de lançamento para Julho. O projeto também contará com oficinas formativas, um show de encerramento e um minidocumentário com bastidores e depoimentos das artistas.
Acompanhe o projeto
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