De acordo com um estudo publicado na revista Science, nessa quinta-feira (18), mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando, pondo em risco o futuro hídrico da humanidade.
Segundo especialistas, os principais responsáveis por isso são o consumo insustentável e as mudanças climáticas. Além disso, a população é diretamente impactada com essas ações. Cerca de dois bilhões de pessoas, ou 25% da população mundial, vivem em uma bacia lacunar com tendência de declínio.
No planeta, lagos e reservatórios armazenam 87% da água doce. Os pesquisadores alertam que os lagos também perderam volume em áreas úmidas, como na Amazônia. Uma análise detalhada de quase 2.000 dos maiores lagos do mundo revelou que, anualmente, eles estão perdendo cerca de 21,5 trilhões de litros.
O coautor da pesquisa Balaji Rajagopalan, que também é professor da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, disse que “os lagos estão em dificuldades em todo o mundo e isso tem implicações por toda parte”.
O relatório mostra ainda que, ao contrário dos rios, que tendem a monopolizar a atenção dos cientistas, os lagos não são bem monitorados, apesar de sua importância crítica para a segurança hídrica. No entanto, os desastres ambientais de grandes proporções em corpos hídricos vastos, como o mar Cáspio e o mar de Aral, mostraram aos cientistas uma crise mais ampla nesses locais.
Para acompanhar o balanço, a equipe de pesquisadores, que inclui cientistas dos Estados Unidos, França e Arábia Saudita, observou os maiores 1.972 lagos e reservatórios da Terra, usando dados de satélites de 1992 a 2020.