Referência regional para exames de tuberculose, o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) é o única da capital federal apta a fazer testes de sensibilidade da bactéria causadora da doença, procedimento que requer uma estrutura física com níveis altos de biossegurança.A classificação foi conquistada pelo laboratório público em 2019.
O posto coloca a instituição como referência técnico-científica para estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Maranhão. Das 27 unidades do Lacen espalhadas por todo o Brasil, apenas outras três compartilham o mesmo título: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Manaus.
De acordo com a Chefe do Núcleo de Bacteriologia do Lacen-DF, Glaura Caldo Lima, o teste de sensibilidade é usado para verificar a resistência da Mycobacterium tuberculosis aos antibióticos usados no esquema básico do tratamento, oferecido pelo sistema público de saúde. Caso as drogas não surtam o efeito esperado, é preciso trocá-las.
“O portador da doença pode ser contaminado por uma cepa que não responde bem aos medicamentos do esquema básico. Além disso, se o paciente não fizer o tratamento de forma adequada ao longo de seis meses, a bactéria pode se tornar resistente aos antibióticos”, diz a especialista.
No entanto, para que possa fazer testes de sensibilidade bacteriana, o laboratório precisa ter uma área de biocontenção nível 3, destinada ao trabalho com microrganismos de elevado risco individual. No Lacen-DF, o procedimento é realizado em um ambiente com pressão negativa, evitando que o ar se espalhe para cômodos vizinhos, como corredores.
Cabe lembrar que o Lacen-DF fez 330 testes de sensibilidade bacteriana desde janeiro de 2023. Laboratório público que trabalha com análise de amostras tanto humanas e não-humanas, o Lacen-DF realiza cerca de 280 procedimentos nas áreas de biologia médica, medicamentos, toxicologia e controle de qualidade em produtos e ambientes.
Cabe à instituição, por exemplo, investigar doenças epidemiológicas, de notificação compulsória, como dengue, chikungunya, zika, covid-19, vírus respiratórios, HIV e hepatite. Também faz análises de amostras de água, alimentos e surtos decorrentes de contaminações.