A juventude do Distrito Federal consolidou avanços importantes no mercado de trabalho em 2024. De acordo com o Boletim Juventude e Mercado de Trabalho, elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a taxa de desemprego entre jovens de 15 a 29 anos foi de 28,7%. O recuo foi acompanhado por uma maior inserção produtiva: 69,3% dos jovens estavam ativos no mercado, seja trabalhando ou procurando emprego, índice superior ao de 2023 (67,9%).
O estudo revela também um fortalecimento do trabalho assalariado entre os jovens. Em 2024, 81,3% das inserções foram nessa modalidade, um aumento de mais de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior. A maior parte desse grupo estava vinculada ao setor privado com carteira assinada (51,8%), enquanto 11,7% atuavam como estagiários ou aprendizes. A participação de jovens no setor público ficou em 6,9%.
O nível de ocupação juvenil registrou crescimento de 3,3% em relação a 2023, com destaque para os jovens de 18 a 24 anos, que tiveram aumento de 5,6%. Os setores de serviços e comércio foram os principais motores desse resultado, empregando juntos mais de 91% dos jovens ocupados no DF. O setor de serviços concentrou 68,4% dos postos, enquanto o comércio e reparação somaram 23,4%.
Além da expansão no número de ocupados, os rendimentos dos jovens com idade entre 18 a 24 anos apresentou melhora, alcançando R$ 2.483 (1,5%), enquanto a remuneração média do segmento entre 25 a 29 anos se manteve relativamente estável em R$ 3.201. Isto reduziu a diferença entre estes dois grupos da juventude. O rendimento médio por hora passou a R$ 14,50, e no caso dos mais jovens chegou a R$ 11,71.
Outro dado relevante é o crescimento da formalização. Entre 2023 e 2024, aumentou em 7,8% o número de jovens com carteira assinada no setor privado, enquanto caiu 7,3% o contingente sem registro. A participação de estagiários e aprendizes também avançou 17,6%, ampliando oportunidades de qualificação profissional.
“Em um plano geral, a juventude do DF foi beneficiada pelas melhorias econômicas do país e regionais em 2024, aumentando presença na força de trabalho ocupada e absorvendo parcela importante do emprego regulamentado. Ou seja, estamos assistindo um processo de renovação do conjunto dos trabalhadores da região. Este movimento vem também acompanhado por demandas não atendidas e novos desafios para a política pública – relacionados a superação de outras discriminações como de gênero, a busca pela valorização do trabalho e, principalmente pela redução da jornada de trabalho, que permita aos jovens buscarem qualificação.”, explica a técnica e economista do Dieese, Lucia Garcia.
O boletim destaca ainda a diversidade de trajetórias entre os jovens. Quase metade da população de 15 a 29 anos (45,8%) estudava em 2024, enquanto 49,4% trabalhavam e 19,8% buscavam emprego. Cerca de 14,2% conciliavam trabalho e estudo, reforçando a tendência de inserção precoce e busca por qualificação.
*Com informações do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF)
Fonte: Agência Brasília