Os juros do cartão de crédito rotativo voltaram a subir no Brasil e atingiram patamares alarmantes. De acordo com dados recentes do Banco Central, a taxa média chegou a 451,5% ao ano em agosto de 2025, representando um avanço de 5,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
Essa modalidade, considerada a mais cara do mercado de crédito, é utilizada quando o consumidor não consegue quitar o valor total da fatura e opta por pagar apenas o mínimo. Na prática, o endividamento cresce de forma acelerada, tornando-se quase impagável para grande parte das famílias.
Rotativo dispara, parcelado também preocupa
Enquanto o rotativo ultrapassa a marca dos 450% ao ano, os juros do cartão de crédito parcelado — quando a dívida é dividida em prestações — permanecem elevados, girando em torno de 180% ao ano. Embora menores que os do rotativo, esses percentuais ainda pesam significativamente no bolso do consumidor.
Por que os juros estão tão altos?
Especialistas apontam uma combinação de fatores para justificar a escalada:
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Selic elevada: a taxa básica de juros, usada para conter a inflação, encarece o custo do crédito.
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Spread bancário: os bancos repassam para o consumidor os custos com inadimplência, tributos e operação.
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Risco de calote: em meio a um cenário econômico desafiador, as instituições financeiras aumentam a cobrança para compensar possíveis perdas.
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Pouca concorrência: produtos de crédito de alto risco, como o rotativo, concentram-se em poucas instituições, o que reduz a competitividade e mantém juros elevados.
Impacto no bolso do consumidor
O aumento dos juros preocupa entidades de defesa do consumidor. Ao entrar no rotativo, a dívida se multiplica rapidamente, criando um ciclo de endividamento difícil de reverter. Muitos brasileiros acabam comprometendo parte significativa da renda apenas para pagar juros, em vez de reduzir o saldo devedor.
O que fazer para evitar o rotativo
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Evitar pagar apenas o mínimo da fatura.
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Negociar diretamente com o banco para buscar parcelamentos com juros menores.
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Utilizar linhas de crédito alternativas, como empréstimo consignado ou pessoal, que costumam ter taxas mais baixas.
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Controlar o uso do cartão, priorizando compras à vista sempre que possível.