Nesta quinta-feira (7), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), deflagrou a Operação Cartada Final com o objetivo de desmantelar uma das organizações criminosas mais especializadas em roubos de alto padrão no país: a “Gangue do Rolex”. Atuando de forma itinerante, a quadrilha tem realizado assaltos a relógios de luxo em diversas capitais brasileiras, concentrando-se em regiões de elite. A operação teve como foco a detenção de seus membros e a destruição de sua sofisticada rede de suporte logístico e receptação.
Segundo a PCDF, o grupo é suspeito de estar envolvido em ao menos cinco assaltos de relógios de luxo no Distrito Federal somente em 2023. A operação foi coordenada em três estados – Distrito Federal, São Paulo e Pernambuco – onde foram emitidos oito mandados de prisão preventiva e oito ordens de busca e apreensão. No momento, já foram registradas duas prisões no DF, duas em São Paulo e uma em Pernambuco, onde o suposto líder do grupo foi capturado com quatro relógios Rolex, cada um avaliado em cerca de R$ 150 mil. O sucesso da operação se deve à colaboração estreita com as polícias civis de São Paulo e Pernambuco.
Estratégias e Divisão de Tarefas da Gangue
A “Gangue do Rolex” operava de maneira calculada e minuciosa. Sua estrutura era bem definida, com olheiros encarregados de identificar potenciais alvos em áreas nobres e executores incumbidos de realizar os assaltos de forma rápida e violenta. Muitas das ações ocorriam em semáforos, onde as vítimas estavam mais vulneráveis e expostas. Os criminosos utilizavam motocicletas com placas adulteradas para garantir uma fuga rápida, reduzindo a possibilidade de rastreamento policial.
Investigações detalharam que dois dos integrantes, residentes no Distrito Federal, atuavam como peças centrais no suporte logístico da quadrilha. Eles forneciam abrigo, motocicletas e armamento aos membros que vinham de Taboão da Serra, São Paulo. Além disso, para coordenar as ações com precisão, os criminosos mantinham comunicação constante por aplicativos de mensagens, o que lhes permitia agir de forma sincronizada e ágil. Essa rede complexa e bem organizada foi desbaratada, revelando um sistema que operava com eficiência quase militar.
Escalada dos Riscos e a Receptação Internacional
A abordagem violenta do grupo aumentava substancialmente o risco de latrocínio (roubo seguido de morte), principalmente diante de qualquer reação das vítimas. Além disso, a rede de receptação dos itens roubados – que incluía intermediários em outras partes do país e até mesmo no exterior – dificultava a recuperação dos bens. Esses relógios eram rapidamente repassados a receptadores especializados, o que garantiu à gangue certa proteção e dificultou o trabalho das autoridades até a operação desta quinta-feira.