Filhotes de jararaca nascem no Zoológico de Brasília e fortalecem preservação ambiental

A maternidade do Zoológico de Brasília tem registrado diversos nascimentos de animais de várias espécies, um fenômeno que é possível graças ao trabalho multidisciplinar da equipe composta por veterinários, biólogos e tratadores que monitoram constantemente o comportamento dos animais, incluindo o período fértil, o acasalamento, a prenhez e o desenvolvimento das espécies. A novidade da vez são os 12 filhotes de jararaca-caiçaca, uma serpente típica do Cerrado e de grande importância ecológica e científica.

Eles nasceram em 8 de abril deste ano e ainda não estão disponíveis para visitação, sendo monitorados e acompanhados em um ambiente específico e controlado. As serpentes que deram origem aos filhotes também nasceram no Zoológico, em novembro de 2014, o que mostra que os animais vivem em condições adequadas para se reproduzirem. Os pais da nova ninhada, o macho Cagaita e a fêmea Tati, podem ser visitados no Serpentário.

O diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, Wallison Couto, afirmou que o acontecimento é importante e motivo de comemoração, por demonstrar o cuidado e a dedicação das equipes têm com os animais, pois a reprodução de um animal dentro do Zoo aponta para um ambiente ideal em aspectos de cuidado, bem-estar e nutrição.

Ele destacou, ainda, a importância da educação ambiental realizada no espaço, onde há a desmistificação do medo das serpentes. “Às vezes, a pessoa vem aqui e tem bastante medo. Com as visitas e o Zoo Experiência, que passa por esse setor também, a população consegue ter acesso aos animais e tirar um pouco desse receio, o que é importante porque há a possibilidade de encontrar esses animais na natureza. E a gente que está invadindo o espaço deles, não o contrário. Então ter esse cuidado e esse respeito com os animais é uma preservação”, observou.

O Zoológico de Brasília recebeu, entre janeiro e março deste ano, mais de 153 mil visitantes. Muitos passaram pelo Serpentário e há quem não seja o maior fã dessas espécies, mas é capaz de levantar o principal ponto abordado em espaços de preservação como o Zoo: o respeito aos animais. É o caso do médico Bruno Costa, de 29 anos, que teve contato com um zoológico pela primeira vez em Brasília, vindo em uma visita do Maranhão com a família e passando no Serpentário.

A coordenadora de Répteis do Zoológico de Brasília, Raiany Cruz, frisa que o manejo das serpentes é feito diariamente, com medição de temperatura, dieta balanceada e ambientações de acordo com o que o animal necessita em seu ambiente natural

“Ver esses animais pessoalmente e de perto, que a gente normalmente vê em livro, foto ou na TV em documentário, é uma experiência muito bacana. Particularmente não sou o maior fã de serpentes, mas é importante a gente saber que, por mais que alguns sejam animais peçonhentos, a gente tem que ter respeito. Essa é a palavra, temê-lo, respeitá-lo e não causar mal a ele, porque dividimos o mesmo espaço e eles fazem parte da natureza, assim como nós”, destacou.

Papel científico e ecológico

Outro ponto importante das preservação das espécies é o interesse nos fármacos compostos com substâncias presentes no veneno das serpentes. Uma medicação muito importante e utilizada no mundo inteiro, que é o anti-hipertensivo Captopril, é feita a partir de propriedades do veneno de jararaca.

Um trabalho essencial na área de pesquisa ambiental também é alcançado por meio desses animais, onde as equipes podem fazer o acompanhamento diário dos filhotes de forma que não seria possível na natureza, realizando pesagem, diferenciação das propriedades do veneno da fase juvenil para fase adulta e outros tipos de observações e registros que auxiliam no conhecimento geral da espécie.

A coordenadora de Répteis do Zoológico de Brasília, Raiany Cruz, frisa que o manejo das serpentes é feito diariamente, com medição de temperatura, dieta balanceada e ambientações de acordo com o que o animal necessita em seu ambiente natural – tudo para que as espécies tenham bem-estar e sejam gerados os filhotes. “Isso só é possível se o animal estiver com o comportamento, a nutrição e o bem-estar de forma alinhada. Se isso não estiver de acordo com o animal precisa, não acontece a reprodução”, explica a profissional.

 

Raiany reforça, ainda, que o serpentário é um forte setor de dessensibilização sistemática, que consiste em tirar o medo da população em relação a esses animais, para evitar que a espécie seja ameaçada pela falta de conhecimento.

“A gente mostra esse animal e coloca as pessoas de frente com eles para que entendam os comportamentos. Assim elas se sentem um pouco mais confortáveis quando o encontram diretamente na natureza, que vai estar ali apenas desempenhando as suas funções ecológicas. As serpentes, mesmo não sendo animais tão benquistos pela sociedade, têm um papel muito importante, porque em determinado momento servem de alimento para algumas espécies e em outros momentos fazem o controle biológico de algumas populações que se tornam pragas no ambiente”.

Outros nascimentos

Este ano, no dia 25 de janeiro, nasceu no Zoológico de Brasília o tamanduá-mirim Paçoca, filho da fêmea Pitica e do macho Jujubo, que também são pais do Amendoim, nascido em dezembro de 2023. Antes deles, a anta macho Pepino nasceu em 18 de janeiro de 2021, filho dos moradores do zoo Melão e Melancia, que chegaram órfãos ao DF e se reproduziram em cativeiro. No histórico de reprodução do zoológico estão, ainda, o filhote da espécie bugio-de-mãos-ruivas, nascido em 31 de agosto de 2020 e a girafa Ivelise, que nasceu com quase dois metros e pesando aproximadamente 70 quilos, na madrugada de 14 de novembro de 2010.

A entrada no Zoo é gratuita nos feriados e domingos, conforme Decreto nº 47.009, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Nos demais dias, o ingresso varia entre R$ 5 (meia-entrada) e R$ 10 (inteira). O local fica aberto de terça-feira a domingo e nos feriados, das 8h30 às 17h.

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