A fila de pacientes à espera de um transplante de córnea dobrou no Brasil nos últimos três anos. Mais de 24 mil pessoas aguardam para realizar o procedimento, após a pandemia. Segundo o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), em 2019, eram 12,2 mil inscritos.
O transplante de córnea é a operação que realiza a substituição total ou parcial da parede anterior do olho. O método permite reverter doenças que atingem córnea e que podem levar à cegueira. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) traça um mapa da população que aguarda por atendimento e mostra os motivos que podem atrasar o atendimento.
“Temos muitas famílias interessadas em doar, temos médicos o bastante para realizar os procedimentos no país, o que nos falta é a estrutura e a organização para colocar isso a serviço da população. O primeiro passo para resolver a questão é dar transparência aos números e entender como se aproximar deles”, diz o presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino, na pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22).
Entre 2012 e 2022 foram feitos 86 mil transplantes de córnea no Brasil, segundo mostra a avaliação feita pelo CBO. Mas nos últimos anos, o número caiu de forma significativa, por causa das restrições da pandemia. Nesse período foram realizados apenas 4,3 mil transplantes.
Do isolamento social para cá, os números não retornaram aos mesmos antes da pandemia, quando superavam os 8 mil procedimentos. Em 2022 foram realizados 7,8 mil transplantes. Pessoas com idade entre 40 e 69 anos são as que mais realizam o procedimento. Os adultos de 20 a 39 anos aparecem em segundo lugar.