De acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), o desmatamento no Cerrado teve alta de 35,2% em maio de 2023. O balanço é em comparação ao mesmo período do ano passado. O relatório foi divulgado nesta quinta-feira (15).
O estudo mostra que foram 118 mil hectares desmatados em maio deste ano, contra 87,7 mil hectares de vegetação nativa destruídos no mesmo período de 2022. Ou seja, essa é a maior área perdida registrada pelo sistema nos últimos dois anos.
Os responsáveis por 60% de todo o desmatamento registrado no Cerrado em maio deste ano, foram os estados de Tocantins e Maranhão. A destruição foi de aproximadamente 70 mil hectares. O Maranhão lidera e aparece como um novo recorde de desmatamento em maio.
O mesmo estado registrou um aumento de 71,3% com relação ao mesmo período do ano passado, com a devastação de 37,5 mil hectares. O Tocantins aparece em segundo lugar, com o aumento de 52,7% em comparação com maio de 2022, totalizando o desmatamento de 32,4 mil hectares.
“Apesar desse aumento ser esperado, esse mês de maio teve a maior área desmatada desde 2021. Isso é bastante preocupante pois indica que esse aumento pode ser ainda maior nos próximos meses da estação seca, que é o período com maior atividade no calendário agrícola. Por isso a urgência em estabelecer políticas públicas voltadas para o combate ao desmatamento antes desse período”, ressalta Fernanda Ribeiro, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
O desmatamento no Cerrado chegou a 376 mil hectares, no acumulado do ano. O que representa uma área 2,5 vezes maior do que a da cidade de São Paulo. Entre os municípios que registraram os maiores índices de desmatamento aparece Balsa, no Maranhão, onde foram derrubados 5,4 mil hectares em maio.