A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17/09) o regime de urgência para o Projeto de Lei 2162/2023, conhecido como PL da Anistia. A proposta, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), prevê anistia a pessoas que participaram de manifestações de motivação política ou eleitoral realizadas entre 30 de outubro de 2022 e a data de entrada em vigor da futura lei.
Com a urgência aprovada, o texto poderá ser votado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões temáticas da Casa.
Votação apertada
O requerimento foi aprovado por 311 votos a favor, 163 contra e 7 abstenções. A decisão mobilizou intensos debates em plenário e já provoca repercussão dentro e fora do Congresso Nacional.
Segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta (REPB-PB), a medida acelera a discussão de um tema sensível e que divide opiniões:
“O texto precisa refletir pacificação nacional, respeito às instituições e compromisso com a legalidade. O plenário é o espaço legítimo para essa decisão”, declarou.
O que diz o projeto
O PL prevê que a anistia alcance não apenas os que participaram fisicamente das manifestações, mas também aqueles que ofereceram apoio logístico ou se manifestaram em redes sociais.
No entanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro não está incluído como beneficiário no texto atual.
A expectativa é de que o relator a ser nomeado elabore um substitutivo que contemple ajustes capazes de reunir maioria no plenário.
Próximos passos
Agora, caberá à Mesa da Câmara definir o relator e agendar a votação do mérito. O tema deve continuar a gerar grande debate político e jurídico, sobretudo em torno de três pontos:
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A abrangência da anistia (quem de fato será beneficiado);
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Os limites da responsabilização nos casos mais graves;
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A constitucionalidade da proposta.
Repercussão política
Entre os defensores do projeto, a aprovação da urgência é vista como um passo para promover “reconciliação nacional”. Já para os opositores, a medida pode abrir espaço para impunidade e enfraquecimento das instituições.
O debate promete se intensificar até a votação final, que deve ocorrer ainda neste semestre.