Cerca de 10% da população adulta brasileira ainda fuma diariamente no país, mesmo com o sucesso das políticas públicas de combate ao cigarro. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o combate à epidemia de tabaco, divulgado nesta segunda-feira (31).
O relatório faz um panorama global do combate ao cigarro e aponta o Brasil como um dos melhores exemplos positivos. No entanto, os técnicos alertam que as políticas públicas do país estão estagnadas. A maioria das leis foram implementadas entre 2002 e 2015 e desde então, não há novas iniciativas.
Mesmo com a taxação de mais de 80% de impostos sobre o cigarro, o produto se tornou mais barato nos últimos anos em relação ao que era há uma década. Apenas outros oito países ficaram com cigarros proporcionalmente mais baratos nos últimos anos, além do Brasil.
Ainda conforme o balanço, mesmo com o cigarro banido dos ambientes fechados no país, em bares e boates, o respeito social a esta norma é de nota seis de um máximo de 10. No transporte público, o Brasil alcançou a nota máxima e em restaurantes ficou com nove.
Os cigarros eletrônicos estão relacionados a esse resultado. De acordo com a OMS, os vapes são a maior ameaça recente às políticas anti-tabagistas, principalmente por ser muito popular entre os jovens
“Os vapes atingem especialmente crianças e adolescentes ao serem disponibilizados com sabores e visuais atraentes. Surpreendentemete, muito pouco tem sido feito no mundo para proteger os menores destes dispositivos”, diz o relatório.
Entretanto, o Brasil segue sendo referência para a OMS. Conforme o relatório, ao menos 15 mil crianças brasileiras foram salvas de mortes prematuras, graças às políticas de zero cigarro em ambientes fechados no Brasil.