Automedicação e armazenamento incorreto de remédios trazem riscos à saúde

Tomar remédio por conta própria, esquecer uma ou mais doses da medicação ou ter a própria “farmácia” em casa. São situações muito comuns, mas que trazem sérios riscos à saúde. Sabendo desses hábitos e atentos aos sinais dos pacientes, a farmacêutica da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Guará Fernanda Junges e a equipe do local criaram uma estratégia para orientar os usuários.

“Percebemos que um paciente, apesar de entender muito bem sobre os medicamentos e para o que cada um servia, não tinha uma organização. Às vezes, trocava a quantidade de comprimidos ou, em vez de tomar as doses por dois dias, tomava só por um dia”, exemplifica a farmacêutica. Esse paciente é Rubens Cesar Silva, 71 anos. Ele possui diversas receitas e necessita da ingestão de, ao todo, 19 remédios, além de insulina, devido ao diagnóstico de diabetes há 30 anos.

Arte: Agência Saúde-DF

Para ajudá-lo, os profissionais da UBS o visitaram em casa e organizaram os medicamentos, horários e quantidade de comprimidos, por meio do que chamam de “receita visual”. Além disso, recolheram os medicamentos vencidos e o orientaram. Para Rubens, todo o processo facilitou a sua rotina.

“Ficou mais fácil de visualizar, porque todas as minhas receitas vêm separadas. Então, as farmacêuticas fizeram a separação por hora, com cores, como se fosse um mapa. Deixaram tudo prontinho. E estou seguindo”, garante Rubens.

Automedicação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais da metade de todos os medicamentos é prescrita, dispensada ou vendida de forma inadequada e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente.

O hábito de tomar medicamentos sem a orientação adequada traz sérios riscos à saúde, de acordo com a farmacêutica Referência Técnica Distrital (RTD) em Assistência Farmacêutica, Nathasha Reis. “A partir do momento que eu me automedico, eu não tenho condições de saber qual é o problema de saúde. Estou pensando que é uma doença, mas pode ser outra. Se eu estiver tomando um medicamento que não é o que eu preciso, eu posso mascarar sintomas”, explica.

A automedicação pode levar o paciente a tomar dose e medicamentos errados, prejudicando a sua saúde. Segundo a especialista, até mesmo aqueles isentos de prescrição, comumente chamados de “venda livre”, precisam de orientação de um profissional adequado – seja o médico ou o farmacêutico. Ela alerta que há ainda o risco de interação entre medicamentos, o que pode interferir no efeito.

Outro hábito que parece inofensivo, mas é perigoso: ter muitos remédios em casa ou não se atentar à forma correta de armazená-los. “É importante saber que quando o medicamento não é armazenado da forma correta pode não ter o efeito esperado, pode ter uma subdose ou até mesmo gerar algumas substâncias tóxicas que não estavam previstas e prejudicar o tratamento”, explica a diretora de Assistência Farmacêutica (DIASF) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Walleska Fidelis Gomes Borges.

Orientações

Como saber a forma certa de guardar o medicamento? De acordo com a diretora, as melhores orientações se encontram na bula, que reúne todas as informações necessárias. “Foi o fabricante que realizou todos os testes, então ele é o melhor para orientar. Geralmente, comprimidos devem ser armazenados até 30º C, alguns vão até 25º C. Quando o medicamento é termolábil, ou seja, sensível a grandes variações de temperatura, tem de ser guardado dentro do refrigerador”, detalha.

Os medicamentos termolábeis – que devem ser armazenados em temperaturas de 2º C a 8º C – precisam de cuidados específicos para manter os efeitos esperados. As recomendações são guardar dentro do refrigerador, exceto na porta, em um vasilha plástica (não pode ser isopor) e o mais afastado possível de alimentos.

Além disso, é muito importante monitorar a validade dos medicamentos que estão em casa e cuidar para não ingerir itens vencidos. O descarte também necessita de cuidados. Muitas vezes, por falta de conhecimento, as pessoas jogam fora remédios vencidos, ou que sobraram de algum tratamento, no lixo comum. Esse material acaba indo para o aterro sanitário, o que traz risco à saúde da população e prejuízos ao meio ambiente.

Os medicamentos vencidos ou descartados devem ser entregues, por qualquer pessoa, em uma unidade básica de saúde (UBS) do DF, pois o Governo do Distrito Federal (GDF) mantém um contrato com uma empresa para recolher e dar a correta destinação.

Horários e doses

Obedecer as instruções é essencial para a eficiência do tratamento. Portanto, vale se atentar às doses, ao tempo de uso e ao horário. “Especialmente com antibióticos, se o médico receitou por sete dias, não pode interromper o uso depois de se sentir melhor. É importante seguir todo o período recomendado pelo profissional”, reforça a RTD Nathasha Reis.

Além disso, a especialista explica a importância dos horários indicados. “Aquele que precisa ser tomado mais de uma vez por dia é porque a quantidade dele cai tanto no organismo, que, se eu não tomar outro, não terá mais efeito.”

Pacientes que tomam mais de um medicamento devem sempre buscar a orientação adequada. “O farmacêutico vai fazer o acompanhamento farmacoterapêutico, fazendo uma análise, olhando como um todo. Tudo isso para ter um tratamento mais eficaz e mais seguro, ter uma biodisponibilidade deste medicamento da forma adequada, na quantidade que esse fármaco tenha efeito no organismo”, resume Walleska Borges, diretora de assistência farmacêutica.

*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

Fonte: Agência Brasília

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