A importância do ensino presencial é enfatizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Sendo assim, a instituição desestimula o uso de celulares nas escolas em todo o mundo, de acordo com o relatório deste ano sobre tecnologia na educação.
“Existem poucas evidências robustas do valor agregado da tecnologia digital na educação. A tecnologia evolui mais rápido do que é possível avaliá-la: produtos de tecnologia educacional mudam a cada 36 meses, em média. A maioria das evidências é produzida pelos países mais ricos”, diz o relatório da Unesco.
Em comunicado, a instituição fez um apelo urgente para o uso apropriado da tecnologia na educação. Além disso, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay destacou que as conexões virtuais não substituem interações humanas, e destaca que o uso da tecnologia deve ser regulamentado.
“A revolução digital possui um potencial imensurável, mas, assim como foram feitas advertências sobre como deve ser regulamentada na sociedade, atenção semelhante deve ser dada à maneira como é usada na educação. Seu uso deve ser para experiências de aprendizagem aprimoradas e para o bem-estar de estudantes e professores, não em detrimento deles. Mantenha as necessidades do estudante em primeiro lugar e apoie os professores. Conexões online não substituem a interação humana”, alertou a diretora.
O mais próximo que o Brasil tem de uma legislação voltada para o uso de celulares nas escolas é o Projeto de Lei nº 104/2015, do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), que ainda está em análise na Câmara dos Deputados.
Conforme o relatório elaborado pela instituição, são poucas as evidências de que a tecnologia auxilie na educação. A Unesco também alerta que os avanços tecnológicos excluem muito mais pessoas do que auxiliam, e que 16% dos países têm legislação contra o cyberbullying.