“Vim pra Brasília fazer turismo”, diz Alan dos Santos, condenado por ataque a bomba no DF

A Câmara Legislativa do DF ouviu nesta quinta-feira (29) Alan Diego dos Santos, condenado à pena de mais de cinco anos de prisão por colocar uma bomba em um caminhão-tanque de combustível nos arredores do aeroporto de Brasília em dezembro de 2022.

Durante o depoimento, Alan negou ser o autor do plano e alegou, por diversas vezes, que sua participação no ato terrorista foi exclusivamente transportar o artefato. Ele afirmou que recebeu a bomba de George Washington de Oliveira, que também foi preso e condenado a nove anos e quatro meses de prisão por ter sido quem planejou o ataque. Alan informou à CPI que conheceu Washington no período que ambos participavam do acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), questionou o depoente sobre quem financiava os acampamentos, os ataques à sede da Policia Federal no dia 12 de dezembro, a tentativa de ataque a bomba no dia 24 e os ataques às sedes dos três poderes em 08 de janeiro, mas Alan não soube informar.

Ameaças

Em resposta a Chico Vigilante, Alan afirmou ainda que teria implantado a bomba no caminhão porque teria sido “ameaçado por elementos da extrema direita”. Em outro ponto do depoimento, ele declarou que logo após ter implantado o artefato, já comunicou a polícia para que evitasse a explosão. “Hoje eu estou pagando o preço por tentar ajudar vocês”, alegou.

Ao ser questionado pelo deputado Hermeto (MDB), relator da CPI, Alan reafirmou que agiu sob ameaça. “Eu precisava colocar o artefato lá para manter minha família em segurança”. Porém, ao ser questionado sobre quem estaria o ameaçando, ele não respondeu.
Ele afirmou ainda que, desde que foi preso, não teve o direito de falar com sua família que, segundo ele, também pode estar sob ameaça.

“Vim passear”

Durante a sessão, Alan apresentou versões controversas sobre o motivo de sua vinda do Mato Grosso para Brasília, no dia 12 de novembro de 2022. Ao deputado Hermeto, ele disse que teria vindo de carona num ônibus para passear. “Eu vim mais para passear. Meu sonho era conhecer Brasília então eu aproveitei a caravana […] eu vim mais pelo turismo”, declarou.

Em outro momento, ele declarou que a vinda teria sido motivada por mensagens que circulavam em redes sociais afirmando possível fraude no resultado das eleições presidenciais de 2022. “Nós viemos para a manifestação do dia 15, para o senhor Alexandre de Moraes rever o código-fonte”, alegou em resposta a questionamento do deputado Gabriel Magno (PT).

“Não sei o que é código-fonte”

Apesar de alegar que uma das pautas dos grupos de radicais bolsonaristas era o não reconhecimento do resultado das eleições, sob alegação de que o código-fonte das urnas eletrônicas poderia ser violado, o depoente afirmou desconhecer, de fato, o que significa o termo código-fonte.

Alan afirmou que se arrepende de ter participado dos movimentos radicais e que hoje não acredita mais que há indícios de que houve algum tipo de fraude nas eleições. “Se fosse para ter roubo nas eleições, o Haddad já teria ganhado nas ouras eleições [2018]. Hoje eu penso diferente. Na época [dos atentados], eu ouvia muitas pessoas, várias reportagens, vários podcasts dizendo que havia uma fraude. Nós achávamos que o STF não deveria ter medo de revelar se houve ou não [fraude nas urnas]”, respondeu Alan ao ser questionado pelo deputado Fábio Félix (PSOL).

Processo golpista

O deputado Fábio Felix qualificou como ‘processo golpista’ não só as ações criminosas do depoente como toda a condução das lideranças da extrema direita no Brasil desde que foram divulgados os resultados das eleições. “Depois do dia 30 de outubro, o ex-presidente da República e as lideranças da extrema direita conduziram um processo golpista neste país. Tentaram estimular um setor da população de todas as formas contra o resultado das urnas”, afirmou.

Ainda destacando o que chamou ‘processo golpista’, Felix lembrou que “tentaram tomar estradas de forma absolutamente violenta, fizeram a manifestação de 12/12, queimando carros e ônibus […] colocando uma bomba em uma área central, a situação é gravíssima”, destacou.

Ao final da CPI, o presidente da comissão, deputado Chico Vigilante, informou que convocará um novo depoimento com Alan dos Santos em uma sessão secreta para que ele responda as perguntas que alegou não poder responder de forma pública por estar sendo ameaçado, e também para que ele identifique quem seriam as lideranças de extrema direita que teriam o coagido.

Fonte: Agência CLDF

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, ou clicar em "Prosseguir, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte a nossa Política de privacidade.