Conforme a nova projeção da equipe da corretora Ativa Investimentos, as carnes devem chegar a dezembro de 2023 com queda de 11,4% no preço medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal índice inflacionário.
O relatório mostra que os alimentos têm ficado mais baratos na prateleira dos brasileiros a cada mês. No entanto, a carne será o item mais destacado no quesito de preço mais baixo que o esperado.
O preço da carne vendida ao consumidor na ponta deve despencar, até o fim de 2023, segundo as projeções. O movimento é um efeito direto da queda no preço do boi gordo no exterior, que deve ser parcialmente repassado ao mercado interno.
A estimativa do relatório anterior era de queda muito menor, registrando 4,4%. Contudo, a demanda está um pouco mais fraca devido ao crescimento global e também por causa de alguns grãos que recuaram fortemente.
O economista Étore Sanchez afirma que “o movimento de queda no preço do produtor tem se tornado mais perene, e não apenas um cenário esporádico. Isso vem encomendando uma trajetória de queda para o boi gordo”, explica o especialista.
Segundo ele, esse cenário aumenta o potencial de repasse para o consumidor final. Entretanto, para os produtores, o preço do boi gordo acumula queda de quase 25% desde maio do ano passado. A projeção é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).
A projeção para a carne deve gerar um ajuste após anos de altas. As carnes haviam subido quase 8,5% em 2021 e 1,8% em 2022 no IPCA, diante da cotação elevada do boi e dos grãos. Além das carnes, o efeito da queda nos grãos também deve fazer despencar o preço de óleos e gorduras.