Uso de anabolizantes altera colesterol e aumenta risco de infarto

No Dia Mundial de Combate ao Colesterol, lembrado nesta sexta-feira (8), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) alerta que o uso indiscriminado de anabolizantes figura, cada vez mais, como fator silencioso de risco cardiovascular – sobretudo entre jovens.

A entidade define anabolizantes como substâncias cuja estrutura básica se assemelha ao hormônio sexual masculino, a testosterona, e geralmente são utilizados para promover hipertrofia muscular com a finalidade de melhorar o desempenho esportivo ou por questões estéticas.

“Em contrapartida, elas reduzem significativamente o HDL, conhecido como colesterol bom, e aumentam o LDL, o colesterol ruim. Além disso, promovem resistência à insulina, acúmulo de gordura visceral e outros fatores associados à chamada síndrome metabólica, condição clínica que aumenta o risco cardiovascular de maneira marcante.”

De acordo com a SBEM, estudo recente publicado pela revista Sports Medicine Open avaliou os efeitos metabólicos do uso de esteroides anabolizantes, insulina e hormônio do crescimento entre fisiculturistas amadores.

A pesquisa analisou 92 praticantes de musculação e revelou alta prevalência de uso combinado das substâncias.

“Entre os usuários, foram observadas alterações significativas no perfil lipídico e hepático, como queda expressiva no colesterol HDL, aumento nas enzimas hepáticas ALT e AST e alterações em enzimas ligadas ao metabolismo de ácidos graxos”, destacou a entidade.

Os achados, segundo a SBEM, sugerem impactos relevantes na saúde metabólica, com elevação do risco cardiovascular mesmo em indivíduos jovens e aparentemente saudáveis.

Outro levantamento, publicado pela revista Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders, revisou evidências sobre efeitos crônicos de esteroides anabolizantes na saúde metabólica e cardiovascular.

O estudo corrobora que o uso prolongado das substâncias está associado à redução do colesterol HDL, elevação do LDL, resistência à insulina e maior acúmulo de gordura visceral.

“O conjunto desses fatores configura a síndrome metabólica, fortemente associada a infarto e acidente vascular cerebral (AVC). O estudo ainda destaca que, mesmo após a interrupção do uso, o organismo pode manter alterações hormonais e inflamatórias que perpetuam esses riscos”, destacou a SBEM.

Números

Dados apresentados pela entidade mostram que cerca de 6,4% dos homens já utilizaram anabolizantes e que a taxa pode ser ainda mais alta entre frequentadores de academias.

Em muitos casos, o uso não se limita a esteroides e envolve também insulina e hormônio do crescimento, o que, segundo a SBEM, potencializa os efeitos adversos.

“Há relatos de infarto precoce em pessoas com menos de 40 anos, sem histórico familiar, mas com uso frequente dessas substâncias”, alertou.

Campanha

Em 2025, a campanha encabeçada pela entidade para o Dia Mundial de Combate ao Colesterol reforça a importância de escolhas conscientes quando o assunto é saúde cardiovascular, classificando como fundamental buscar informação de qualidade e acompanhamento médico antes de qualquer intervenção que afete o metabolismo.

Prescrição médica

Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vetou a prescrição médica de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) com finalidade estética, para ganho de massa muscular e/ou melhora do desempenho esportivo, seja para atletas amadores ou profissionais, por inexistência de comprovação científica suficiente que sustente seu benefício e a segurança do paciente.

A norma destaca a inexistência de estudos clínicos randomizados de boa qualidade metodológica que demonstrem a magnitude dos riscos associados à terapia hormonal androgênica em níveis acima dos fisiológicos, tanto em homens quanto em mulheres, além da ausência de comprovação científica de condição clínico-patológica na mulher decorrente de baixos níveis de testosterona ou androgênios.

Dentre os efeitos adversos citados pela entidade estão hipertrofia cardíaca, hipertensão arterial sistêmica e infarto agudo do miocárdio, aterosclerose, estado de hipercoagulabilidade, aumento da trombogênese e vasoespasmo, doenças hepáticas como hepatite medicamentosa, insuficiência hepática aguda e carcinoma hepatocelular, transtornos mentais e de comportamento, incluindo depressão e dependência, além de distúrbios endócrinos como infertilidade, disfunção erétil e diminuição de libido.

Fonte; Agência Brasil

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, ou clicar em "Prosseguir, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte a nossa Política de privacidade.